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Psicologia Oriental


Falar em Psicologia Oriental é delicado, uma vez que o pensamento chinês não faz esta cisão entre corpo, mente, emoções e espírito, portanto não existe como disciplina separada; porém existe uma importância e contribuição deste Pensamento Chinês para a Psicologia. Pensar em uma Psicologia Oriental, então, é pensar em um terapeuta que tem como pano de fundo o corpo teórico e filosófico do Pensamento Chinês. Existem algumas diretrizes que caracterizam este pensamento que serão abordadas neste informativo, mas de forma alguma este corpo teórico se restringe a elas, serão o início de um diálogo extenso que existe.

Uma das características mais marcantes do Pensamento Chinês é o sincretismo, que seria uma síntese, razoavelmente equilibrada, de elementos díspares. Você já deve ter ouvido falar em Yin e Yang, Céu e Terra, dia e noite, extrovertido e introvertido. É um conceito chines de que tudo que existe no mundo é formado pelas energias Yin e Yang, que são opostas entre si, mas complementares. Não existe nada que seja puramente Yin ou puramente Yang. Contudo, este pensamento não é dualista, não visa separar tudo nos pólos opostos, e sim, ternário, formado por três unidades. Os pólos opostos existem, mas a busca é sempre pelo equilíbrio entre eles, pelo caminho do meio.

Mas como isto impacta em uma terapia?

Por exemplo, um sentimento de tristeza é definido como sendo um sentimento mais Yin, comparado com o da Alegria, que é mais Yang. Uma pessoa extrovertida é mais Yang do que uma introvertida que é mais Yin. Significa que quem é mais Yang é melhor de quem é mais Yin? Não! 

Uma pessoa muito agitada, eufórica, extrovertida, pode ter dificuldades também: pode agitar demais as pessoas ao seu redor, pode ter dificuldade para relaxar ou dormir, por exemplo. Saber relaxar, saber ouvir e observar o outro são características de pessoas mais introvertidas. Lógico que tristeza crônica pode ser desastroso em uma história de vida, mas assim como a alegria em excesso.

O entendimento dos acontecimentos da vida ou de características das pessoas não contém um julgamento de valor se é bom ou ruim. O objetivo é entender o que a pessoa vive sendo como ela é, e se ela quer ser diferente, como refletir em conjunto em um caminho do meio para esta diferença que busca.

Ou seja, o foco da análise está na moderação, no equilíbrio que se vive entre os pólos opostos que todos temos em potencial. Quanto menos intenso for o desgaste energético com alguns conteúdos internos, menos desequilíbrio terá e mais energia disponível terá para avaliar suas coerências interiores. (“O que faço é realmente baseado no que acredito e que quero”?)

A tristeza e a alegria tem a sua importância em uma história de vida. Às vezes, a partir de uma tristeza analisada, há tomadas de decisões importantes. Portanto, não há julgamento se a pessoa é triste, há sim a busca pela compreensão de que tristeza que vive, qual seu significado e qual seu convite para mudança?

Quanto menos julgamentos existir em um processo terapêutico destes, menor a força da sombra interior e mais energia canalizada em entender e agregar conteúdos mentais e emocionais à luz da consciência.

Há diversas outras diretrizes sobre o Pensamento Chinês que poderão ser melhor abordados em outros informativos da Clínica, caso seja de interesse de vocês!


Texto por: Marcela Jacob



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