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Livro: Sem Asas ao Amanhecer

As usuárias de anticoncepcionais orais apresentam até quatro vezes mais chances de apresentarem trombose venosa profunda quando comparadas à população em geral. Esta doença possui como complicação o tromboembolismo pulmonar, que é uma afecção grave com alto índice de mortalidade. Dentro deste contexto deve-se ter muito cuidado na decisão do uso ou não desses medicamentos“. (Fonte: http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3935&ReturnCatID=1786).

De acordo com a Medicina Tradicional Chinesa, a trombose está diretamente relacionada ao meridiano de Circulação e Sexualidade (CS), Coração (C) e Fígado (F). Pela nossa experiência, verificamos que pessoas de tipologia madeira / fogo têm tendência maior para sofrerem trombose. Entendemos por Tipologia Madeira (Fígado), pessoas inteligentes, de clareza de raciocínio tal, que há uma intolerância com quem não tem, e com quem é muito diferente delas mesmas, “donas da verdade”, com tendência a sofrer uma certa irritabilidade e episódios de raiva. Cefaléias podem ocorrer com certa frequência. E a Tipologia Fogo (C e CS), diz de pessoas ansiosas, agitadas, eufóricas, que vivem com a mente já no futuro, se interessam facilmente pelas coisas, podem ter uma dificuldade para terminar tudo o que se propõem a fazer; fisicamente, podem já sofrer de desequilíbrio na circulação sanguínea, como inchaços nas extremidades ou varizes, por exemplo.

Com esta informação, podemos refletir sobre prevenção: seria importante pessoas que já possuem algumas destas tendências evitar o uso de anticoncepcional.

Partindo do pressuposto que curar é zelar pela vida, a missão do profissional da saúde é de auxiliar a cura, ajudar a vida a fluir. E para isso, vale muito aprendermos com a vivência dos outros.

Segue abaixo a indicação de um livro a respeito desta temática, mas que também é muito rico para refletir sobre relacionamentos.

Luciana Scotti, neste livro, partilha sua vida e sabedoria, após ter sofrido uma trombose e, como consequência, ficado tetraplégica, sem movimentos e sem poder falar.

Como o ser humano é frágil! Em apenas um segundo tudo pode mudar“.

Trechos que revelam a importância de estabelecermos relacionamentos honestos e verdadeiros, em que ambos estejam por inteiro. E para estar por inteiro, é primordial acessar seus sentimentos mais profundos. Como diria Saint-Exupéry: “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”.

Nunca expus minhas idéias, meus sentimentos reais… Hoje percebo como deixei passar coisas, driblei sentimentos e emoções, evitei deparar com mágoas e dissabores. No mundo que a gente vive, parece que todos são assim. Nada fica muito claro, tudo pode ser adiado… No fundo, bem no fundinho mesmo, durante todo o tempo em que convivi com Lucas (ex-namorado), eu poderia ter desconfiado que existia algo de errado nesse relacionamento, que minha família tinha razão, que eu estava dando muito mais amor que recebendo. Quero hoje acreditar que em algum lugar do meu ser habitava essa desconfiança, mas eu nem pensava nisso, nem poderia imaginar algum tipo de desigualdade em nossos laços afetivos. Eu não queria imaginar. E se eu sabia disso… eu não queria admitir“.

Com muita coisa na vida, a gente age assim. Como se estivéssemos nos defendendo de nós mesmos, dos nossos próprios pensamentos. Somos capazes de convivermos anos e anos com uma pessoa qualquer e deixar nos enganar por aparências, palavras, gestos. Nós nos iludimos, nos machucamos; mas algumas vezes podemos evitar isso. Deveríamos mergulhar profundamente no âmago do outro ser. Seja ele um namorado, um marido, uma amiga, um colega, sei lá… Isso nos pouparia decepções, muitas vezes dolorosas“.

(…) lembro-me de como as pessoas se encantavam pelo o que eu demonstrava ser e tenho certeza de que essa casca que ostentamos não passa disto: uma casca frágil, uma folha seca que pode se despedaçar. É preciso ir além. Observando mais atentamente as pessoas, procuro ir mais profundo que as aparências e reflito muito sobre todos que se aproximam de mim. Eu nem sempre refletia, ia deixando a vida seguir seu fluxo e não me preocupava se eu estava me iludindo ou não, se eu estava me mascarando ou não para os outros“. Luciana Scotti.

E com esta idéia que finalizo a indicação do livro e desta reflexão: quanto custa nos mascararmos aos outros e a nós mesmos? Quanto custa não zelarmos por nossas vidas e não buscarmos por prevenção de nossa saúde?

Marcela Jacob

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